Quanto vale sua quitanda?
- jhiroshi
- 7 de mai. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 23 de nov. de 2023
Algumas vezes ouvimos das outras pessoas, ás vezes somos nós que o fazemos, lamentamos nosso salário ou são as condições no ambiente profissional que vivemos.
Quando o salário não é o suficiente, questionamos nosso cargo, as funções á mais que exercemos no decorrer dos anos, da salubridade que está incluso naquele árduo trabalho, ramificamos a problematização quando desabafamos que o ambiente também não nos ajuda, pois a muita disputa, muita inveja, muitas cobranças, muita falta de coleguismo ou que o trabalho é maçante.

Mas qual é o nosso preço afinal? Seremos merecedores daquela quantia? O quanto estamos dispostos a receber por aquele valor que almejamos como meta? Numa entrevista de emprego, há um processo seletivo que é uma ferramenta que o contratante dispõe para encontrar um determinado funcionário que exercerá determinadas funções, possui de habilidades condizentes para o cargo e que aceite receber um valor X como salário.
Quem determina o salário não é o empregador, mas quem o aceita. Ao dizermos sim para aquele cargo, determinamos ali o nosso valor. Que seja temporário, alguns vão dizer: “Ficarei até poder me firmar em coisa melhor”. O problema é que alguns simplesmente não conseguem sair e o tempo o enraíza naquela função, o tornando melancólico, apático, pessimista, exagerado, etc.
Tais dificuldades podem ser trabalhadas em sessão de psicoterapia, sabemos que nem tudo é resolvido numa orientação entre amigos e familiares, podem existir disparadores complexos que promovam certas pessoas a sentirem abaixo do valor que gostariam de serem. Essas “muralhas” foram construídas ao longo do tempo e apenas cabe a quem as construiu um primeiro passo ao autoconhecimento em si num processo psicoterápico.
Nosso valor está intimamente ligado aos nossos esforços, dedicações e sacrifícios que fazemos em prol de sermos os melhores em determinadas funções e com habilidades que lapidamos ao longo do tempo, só nos sabemos o quanto foi investido em nossos conhecimentos e aprimoramentos nos diversos setores de nossa vida. Os erros, os fracassos, as tropeços fazem parte do que somos e do que aprendemos para chegarmos até aqui.
Há outras formas de sentirmos menos do que realmente gostaríamos de ser. Há pessoas que buscam aprimorarem-se em cursos, especializações, doutorados, mas que também não se sintam à vontade em determinar o quanto valem para si mesmos, então pode acontecer que a formação continuada se torne uma desculpa, uma forma de dizer que não se sentem preparados o suficiente para exercer determinadas funções, habilidades e por isso não determinem o quanto valem para si.
Chamamos isso de “pagar o preço pela vida”, é uma balança interna em nós que equilibra ou não, dois pesos, uma positiva e outra negativa, muitas vezes queremos o que nos favoreça sempre e não o contrário. Negar essa “balança” é como aceitar um salário sem trabalhar ou investir em algo sem nada a oferecer em troca.
Aceitar a “balança” pode representar também a forma como encaramos nosso valor, por exemplo, ao abrir uma quitanda de frutas exóticas, que tem objetivo de atingir público de alto poder econômico, tem um atendimento selecionado que dispõem de uma nutricionista para o cliente 24 horas, frutas frescas de um fornecedor confiável e exclusivo, um espaço limpo, higiênico e acolhedor.
Tudo isso gera um alto custo, um projeto bem elaborado baseado em conhecimento e aprimoramento do investidor que gastou dinheiro e seu tempo, há também um sacrifício e uma dedicação nessa quitanda de não estar com a família em certas datas, vários concorrentes ofertando valores mais baixos, incidentes como uma geladeira que quebra ou um lote de frutas que apodrece, que nos faz ás vezes ter medo (eu é normal), mas nos faz aprender e a crescer. No outro lado da balança, vemos a excelência da qualidade no sorriso de nossos clientes, o crescimento da empresa e abundancia nos lucros.
Então temos uma quitanda que oferece muito benefícios, mas que não cobra devidamente seus produtos e por isso não há lucro o suficiente para manter-se ou senão vemos outra quitanda onde há muitas facilidades e diferenciais acentuados, mas que não sabe avaliar a dimensão de seu lucro, por isso também tem perdas ao longo do caminho. Então se fica a reflexão, que tipo de comércio cada um de nós queremos ser? Qual é nosso valor? A psicoterapia pode ser um caminho nesse processo de autoconhecimento...
Autor: José Hiroshi Taniguti





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